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Reproduction/Girl Interruped |
Bom, é preciso levar em conta que eu ainda não tive tempo de
respirar e perceber como isso vai me afetar de verdade, eu não sei como eu vou
lidar com isso, porque o baque ainda não teve a proporção que eu sei que vai
tomar, talvez pelo cansaço físico e desgaste psicológico que tenho enfrentado
nos últimos meses. São muitas coisas, e essa é algo que merece atenção
especial, eu sempre dou prioridade as coisas do coração.
Estive pensando sobre como crescer sem perder a essência,
sem deixar a criança que existe dentro de mim ir embora, porque essa parte,
sensível, é a melhor de mim. Não quero me tornar uma pessoa seca, agreste, que
não tem tempo pra pensar sobre a vida de forma poética. Eu quero viver a poesia
que é a vida, da forma que sempre vivi, mas, ciente, claro, de todas as
responsabilidades que o tempo traz.
Eu preciso sim me preocupar com minha alimentação que está
um zero a esquerda, preciso dormir mais, planejar meu tempo, cuidar dos
afazeres de casa, pensar numa forma prática em ajudar meus pais nos problems em casa, correr atrás das coisas
de cunho escolar, do trabalho, coisas práticas como organizar documentos, manter
sempre o uso de apenas uma caneta para evitar desperdícios... Têm muitas outras
coisas que preciso me preocupar. E todas precisam de um cuidado especial.
Preciso focar nas coisas que realmente importam pra mim, mas
como se foca em algo quando tudo que você faz é importante? Fazer estas coisas
com todo o empenho, dedicação e possíveis adendos é desgastante, porém
necessário. Crescer e ser adulto é isso? Ter que lidar com todas estas coisas e procurar
priorizar por importância?
Pra mim fazer todas estas coisas, preciso fazer com amor, que
não é algo prático, não está disponível ao meu tato, não posso organizá-lo numa
caixinha, onde minhas experiências estão ordenadas por ordem alfabética e data.
Preciso lidar com isso. Lidar não, preciso sentir isso. Sentir e canalizar,
ciente de que eu não posso abraçar tudo.
Não é assim. É tipo, estar no trabalho sentindo um alvoroço interno,
algo entupindo minhas veias, mas precisar canalizar, tentar focar em estratégias,
formas de administrar meu tempo, desempenho e vontade, porque o amor não é algo
que você escolhe, ele está lá, quer você queira ou não.
Por ora, estou abraçando tudo o que posso e não posso,
procrastinando esse sentimento. Porque ele me faz sair transbordando por aí,
ele faz eu me enfiar na semana, no mês, no ano, sem perguntar se a pessoa está
pronta ou não pra lidar com isso. O amor me faz não me importar, ele faz com
que eu esteja sempre jogando tudo em cima das pessoas, e depois fique
assistindo-as desnorteadas, e eu... acho que um pouco mais destruída, e um
pouco mais forte.
Eu sei que tenho que pensar de forma prática em relação a
isto, talvez eu esteja fazendo isso agora, mas em algum momento, eu vou ficar
baqueada, vai acontecer. Espero que ninguém esteja por perto para assistir.
This is a nice text, girl!
ResponderExcluirThank you.
ExcluirSinceramente eu lí e gostei muito Iasmim
ResponderExcluirFico feliz que sim, rs.
ExcluirCada vez mais enveredada na introspecção de Clarice. Excelente texto. Gostei.
ResponderExcluirAin, Clarice? Assim eu me acho e tenho certeza rs.
ExcluirObrigada! <3